quarta-feira, 20 de junho de 2007

Tempo da Delicadeza


Era final de tarde, mais precisamente uma sexta-feira. Como de costume chegou ao seu "refúgio", um lugar à beira mar onde ouvia-se apenas o agradável barulho das ondas que quebravam sobre as pedras. O cenário era perfeito! Mar azul de água transparente, o sol se pondo ainda mais belo do que nos outros dias, contribuindo ainda mais para tão esperado encontro.Acendeu um cigarro. Conforme o tempo ia passando, seu coração acelerava ainda mais. Contava cada segundo. O tempo parecia não passar nunca.Depois de tantos cigarros, finalmente pôde exalar ao longe o cheiro de seu amado. O cheiro único que somente ela trazia consigo.Os olhares se encontraram e fixaram-se um no outro e depois de alguns segundos o abraço apertado e demorado revelava todo o sentimento.Tratava-se de um amor proibido, com data e hora marcadas para acontecer. Durante alguns minutos, contemplando o belo cenário, que dava mais sentido ao momento, partiram para um outro lugar onde, ali, agora, tornavam-se um.Após trocarem carícias, chegaram ao ápice daquele momento ímpar. Ao contrário de quando antecedia ao encontro, dessa vez o tempo parecia voar. Era como se tivessem que viver a vida toda apenas num simples momento.Os corpos se entrelaçavam e se encaixavam na medida perfeita. Era uma vontade louca de não largarem mais um do outro. Queriam jogar tudo para o alto, "brigar com o mundo" e fugir sei lá pra onde, o fato é que desejavam viver juntos para sempre, mesmo que o "pra sempre" fosse somente enquanto durasse. Sabiam que quando tomassem tal decisão, sofreriam muito já que, apesar "do mundo" que teriam de enfrentar havia ainda uma terceira pessoa envolvida, talvez ainda o grande único motivo de ainda não decidirem viver juntos.A hora da partida ia se aproximando. O desejo de "estarem perto se longe e mais perto se perto" era cada vez mais intenso.Despediram-se com um longo e demorado beijo.Era como se a saudade desesperadora fosse explodir de dentro daqueles corpos apaixonados e ardentes de desejos. A partir dali, iniciava-se mais uma longa e sofrida espera até chegar o próximo encontro...

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