segunda-feira, 29 de outubro de 2007

As mais mais do disque e toque


Olá, mais uma segunda-feira de preguiça e venho trazendo as mais mais do disque e toque. E hoje, uma música que é a minha cara e não sei porque ainda não tinha postado aqui. É do Vinícius e do Toquinho: Escravo da Alegria.

Deverei me ausentar daqui durante esta semana, pois estarei viajando... Portanto, na sexta não deverá ter o cantinho do poeta. Aproveitarei bastante esses dias fora e trarei novidades.

"minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro..." "um bom lugar pra ver o mar, copacabana..."

Beijos e uma linda semana! E tenho certeza que a minha será.


E eu que andava nessa escuridão
De repente foi me acontecer
Me roubou o sono e a solidão
Me mostrou o que temia ver
Sem pedir licença, nem perdão
Veio louca pra me enlouquecer
Vou dormir querendo despertar
Pra depois de novo conviver
Com essa luz que veio me habitar
Com esse fogo que faz arder
Me dá medo e vem me encorajar
Fatalmente me fará sofrer
Ando escravo da alegria
Hoje em dia minha gente
Isso não é normal
Se o amor é fantasia
Eu me encontro ultimamente
Em pleno carnaval

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Vinícius de Moraes

Soneto do amor como um rio

Este infinito amor de um ano faz
Que é maior do que o tempo e do que tudo
Este amor que é real, e que, contudo
Eu já não cria que existisse mais.
Este amor que surgiu insuspeitado
E que dentro do drama fez-se em paz
Este amor que é o túmulo onde jaz
Meu corpo para sempre sepultado.
Este amor meu é como um rio; um rio
Noturno interminável e tardio
A deslizar macio pelo ermo
E que em seu curso sideral me leva
Iluminado de paixão na treva
Para o espaço sem fim de um mar sem termo.

Montevidéu, 1959

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Desabafo

Por onde será que andam os políticos que prometeram "O grande salto que o Ceará merece"? Vou me deter aqui, somente no plano piloto de governo que ajudou e muito, a eleger o atual governador.
Ronda do Quarteirão? É UTOPIA. Idéias escatologicas que não sairam ainda do papel e no meu entendimento não saírão mesmo. Ora, queria ver se esse povo que vive de balela (os políticos), investisse no policial pai de família, cidadão de bem (pelo menos em tese é o que parece) e largasse mão dessa idéia de carros luxuosos para a polícia que custarão um valor exorbitante ao erário, investindo em carros razoavelmente potentes mas que de fato investisse no homem com salários dignos e condições humanas de trabalho. Garanto que a situação não estaria como se encontra agora. Uma coisa eu sei que eles estão fazendo: visto o número frequente de delitos cometidos por policiais, esse povo do alto escalão, leia-se Cid Gomes, Governador do Estado, anda com uma historinha de diminuir os salários desses ditos policiais infratores com o intuito de investir o próprio dinheiro deles numa espécie de capacitação. Ora, tenha paciência! Governador, o povo quer viver em melhores condições, sem ter que sair de casa sem saber se vai voltar (com tanta violência no Estado) e deixando sua família, sobretudo seus filhos com fome.
É melhor deixar de conversa para boi dormir e agir...
E olhe que não citei aqui os outros pontos que precisam andar para frente. Só lembrando: quem era que dizia na campanha passada que o governo atual (na época Lúcio Alcântara) ainda não havia andado para frente, que o carro estava ando de marcha ré?
Acho melhor abrirem do olho, pois como diz o dito popular: "ao redor do c. só é beira"...
Quem viver verá.

As mais mais do disque e toque


Neste sábado fui ao show da Mônica Salmaso. Pessoa por quem me apaixonei quando a vi participando no filme de Vinícius interpretando "Canto Triste". Claro que saí do show frustrada porque não a ouvi cantando minha preferida e disse isso a ela quando estive no camarim pegando seu autógrafo no cd que comprei lá mesmo: Noites de gala, samba na rua. Um repertório perfeito (todo Chico Buarque), mas que infelizmente não rolou nessa apresentação. Casa lotada, pessoas impacientes por ser um show paradão, nos convidando ao sono. Eu pelo menos, e para variar, dei um cochilinho básico. Acredito que a maioria, assim como eu, foi ao show pensando encontrar aquilo que estava no jornal: Mônica cantando Chico Buarque. Bem, mas ela é maravilhosa, uma voz doce e suave que definitivamente me cativou. E prometeu: próximo show em Fortaleza, cantará minha preferida. Vamos ver, né? Depois coloco aqui a foto que tirei com ela. Acabei esquecendo de trazer minha máquina para descarregar no PC da assembléia.

Meu domingo foi "morgadão", visto que bebi "todas" na noite do sábado. Me programei para ir ver as "Filhas da Mãe" no Dragão do Mar, mas a preguiça não deixou. Espero ir no próximo domingo, pois farão uma outra apresentação.

E para hoje, aproveitando a deixa Mônica Salmaso, deixo aqui nas mais mais do disque e toque, a música "Morena dos Olhos D'água" de Chico Buarque e que está tão bem interpretada por ela. Beijo enorme e desejos de uma linda semana para todos vocês.



Morena dos olhos d'água
Tira os seus olhos do mar
Vem ver o que a vida ainda vale
O sorriso que eu tenho pra lhe dar
Descansa em meu pobre peito
Que jamais enfrenta o mar
Mas que tem abraço estreito, morena
Com jeito de lhe agradar
Vem ouvir lindas histórias
Que por seu amor sonhei
Vem saber quantas vitórias, morena
Por mares que eu só sei
O seu homem foi-se embora
Prometendo voltar já
Mas as ondas não têm hora, morena
De partir ou de voltar
Passa a vela e vai se embora
Passa o tempo e vai também
Mas meu canto ainda lhe implora,
Morena, agora, morena, vem.


sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Poeta, meu poeta camarada...


Olá meus queridos... depois de um tempo afastada por motivos que já expliquei em post passado, eis que volto com o Poetinha. Ele, que aprendi a amar, admirar, comparar-me também com ele em alguns pontos, não poderia faltar aqui neste blog, não é? E para vocês, mais uma sexta dedicada ao Vininha...

Tenham todos um final de semana abençoado e feliz!!! Beijos!!!




Canção do amor demais


Quero chorar porque te amei demais
Quero morrer porque me deste a vida
Oh, meu amor, será que nunca hei de ter paz
Será que tudo que há em mim
Só quer sentir saudade
E já nem sei o que vai ser de mim
Tudo me diz que amar será meu fim
Que desespero traz o amor!
Eu nem sabia o que era o amor
Agora sei porque não sou feliz

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Tudo que eu queria...


Casa no Campo
Sá, Rodrix & Guarabyra



Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
E um filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Gostei demais...

No Elevador do Filho de Deus
Elisa Lucinda

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
Que eu já tô ficando craque em ressurreição.
Bombeou eu tô morrendo
Na minha extrema pulsão
Na minha extrema-unção
Na minha extrema menção de acordar viva todo dia
Há dores que sinceramente eu não resolvo
sinceramente sucumbo
Há nós que não dissolvo e me torno moribundo de doer daquele corte
do haver sangramento e forte
que vem no mesmo malote das coisas queridas
Vem dentro dos amores
dentro das perdas de coisas antes possuídas
dentro das alegrias havidas
Há porradas que não tem saída
há um monte de "não era isso que eu queria"
Outro dia, acabei de morrer
depois de uma crise sobre o existencialismo
3º mundo, ideologia e inflação...
E quando penso que não me vejo ressurgida no banheiro
feito punheteiro de chuveiro
Sem cor, sem fala
nem informática nem cabala
eu era uma espécie de Lázara
poeta ressucitada
passaporte sem mala com destino de nada!
A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
ensaiar mil vezes a séria despedida
a morte real do gastamento do corpo
a coisa mal resolvida
daquela morte florida
cheia de pêsames nos ombros dos parentes
chorosos cheio do sorriso
culpado dos inimigos invejosos
que já to ficando especialista em renascimento
Hoje, praticamente, eu morro quando quero:
às vezes só porque não foi um bom desfecho
ou porque eu não concordo
Ou uma bela puxada no tapete
ou porque eu mesma me enrolo
Não dá outra: tiro o chinelo...
E dou uma morrida!
Não atendo telefone, campainha...
Fico aí camisolenta em estado de éter
nem zangada, nem histérica, nem puta da vida!
Tô nocauteada, tô morrida!
Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa
não tem aquela ansiedade para entrar em cena
É uma espécie de venda
uma espécie de encomenda
que a gente faz pra ter depois ter um produto
com maior resistência onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)
e fica feito a justiça: cega
Depois acorda bela corta os cabelos
muda a maquiagem
reinventa modelos
reencontra os amigos
que fazem a velha e merecida pergunta ao teu eu:
"Onde cê tava?
Tava sumida, morreu?"
E a gente com aquela cara de fantasma moderno,
de expersona falida: - Não, tava só deprimida.

Tempo tempo tempo tempo...


De volta mais uma vez com as mais mais do disque e toque, a música escolhida para hoje se adequa bem ao que tenho vivido ultimamente... Uma composição de Caetano numa belíssima interpretação de Maria Bethânia a Oração do Tempo nos toca sutilmente, pelo menos a mim, pela beleza que traz consigo... muitas vezes não sabemos dar valor ao tempo. Como eu mesma citei no post anterior, a vida é um verdadeiro corre-corre que não nos permite contemplar o tempo como "um senhor tão bonito".

Beijo enorme para todos com desejos de uma linda semana!!!



Oração Do Tempo (Tempo, Tempo, Tempo)

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo
Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo
Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que eu te digo
Tempo tempo tempo tempo
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definitivo
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo
O que usaremos pra isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo
E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo
Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo

sábado, 13 de outubro de 2007


Ufa!!! Depois de quase um mês sem pisar por aqui, eis-me aqui de volta. Espero que agora seja pra valer... Muitas coisas novas têm acontecido em minha vida durante esse tempo em que estive ausente. Um estágio na redação de uma TV que há muito tempo eu tanto ansiava, uma dieta que já me fez perder 5 kg em menos de um mês, cooper diário, faculdade de vento em poupa, amigos do coração que fazem sentir-me feliz, enfim, uma correria que apesar de tantas atividades só me faz bem. Descobri que sou uma mulher cardíaca (por isso ninguém pode me contrariar...rsrsrsrsrs), ando tomando uns remedinhos pra segurar o coração, tô com vontade de trocar meu coração por um fígado (totalflex), ansiosa por uma viagem que vai já já chegar... égua, é muita coisa pra uma pessoa só, né??? A única coisa que permanece firme em mim é meu sono incurável... sempre que posso tô dando uns cochilins.

Bom, volto na segunda-feira com as mais mais do disque e toque e espero não ficar só nisso, apesar da minha total falta de tempo.

Beijo enorme para todos, se é que ainda anda alguém por aqui, e um lindo final de semana!!!