quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Desejos para 2008

Essa música do Toquinho expressa muito bem o que almejo para o ano novo que se aproxima. Sempre a ouvi mas só ontem, depois de ouvir repetidas vezes é que dei conta da beleza que a letra traz...
Beijo enorme em cada um de vocês!!!

AO QUE VAI CHEGAR

Voa coração
A minha força te conduz
Que o sol de um novo amor
Em breve vai brilhar
Vara a escuridão
Vai onde a noite esconde a luz
Clareia seu caminho
E acende seu olhar
Vai onde a aurora mora
E acorda um lindo dia
Colhe a mais bela flor
Que alguém já viu nascer
E não se esqueça de trazer força e magia,
O sonho e a fantasia
E a alegria de viver
Voa coração
Que ele não deve demorar
E tanta coisa a mais
Quero lhe oferecer
O brilho da paixão
Pede a uma estrela pra emprestar
E traga junto à fé num novo amanhecer
Convida as luas cheia, minguante e crescente
E de onde se planta a paz
Da paz quero a raiz
E uma casinha lá onde mora o sol poente
Pra finalmente a gente
Simplesmente ser feliz

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Cantinho do Poeta


A rosa desfolhada

Tento compor o nosso amor
Dentro da tua ausência
Toda a loucura, todo o martírio
De uma paixão imensa
Teu toca-discos, nosso retrato
Um tempo descuidado

Tudo pisado, tudo partido
Tudo no chão jogado
E em cada canto
Teu desencanto
Tua melancolia
Teu triste vulto desesperado
Ante o que eu te dizia
E logo o espanto e logo o insulto
O amor dilacerado
E logo o pranto ante a agonia
Do fato consumado

Silenciosa
Ficou a rosa
No chão despetalada
Que eu com meus dedos tentei a medo
Reconstruir do nada:
O teu perfume, teus doces pêlos
A tua pele amada
Tudo desfeito, tudo perdido
A rosa desfolhada

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A impontualidade do Amor - Por Martha Medeiros


Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha. Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na hora certa? Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio. O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida. O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa. O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares, você que não procura direito. A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

AGORA SOMOS UTOPIA*

Se há guerra...
O que pensas que queremos?
O que pensas que somos?
Somos a guerra pela paz
Somos a guerra pelo amor
Somos destruidores
Vivemos no meio das armas nucleares,
destruindo as bombas
Destruindo as desigualdades
Para dar lugar a igualdade
Somos contra o racismo
Somos contra a violência
Somos a favor da vida
Lutamos por um mundo de paz
Que somos?
Agora somos utopia
Somente agora
Mas temos certeza
De que vamos ser realidade
E o nosso mundo de paz vai nascer
Não seremos mais sonhadores
Porque nossos sonhos vão virar realidade.
* Agosto de 1994

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Viver, Amar, Valeu!!!

Quando a atitude de viver
É uma extensão do coração
É muito mais que um prazer
É toda carga da emoção
Que era o encontro com o sonho
Que só pintava no horizonte
E, de repente, diz presente
Sorri e beija a nossa fronte
E abraça e arrebenta a gente
É bom dizer viver, valeu
Ah! já não é nem mais alegria
Já não é nem felicidade
É tudo aquilo num sol riso
É tudo aquilo que é preciso
É tudo aquilo paraíso
Não há palavra que explique
É só dizer viver, valeu
Ah! eu me ofereço esse momento
Que não tem paga e nem tem preço
Essa magia eu reconheço
Aqui está a minha sorte
Me descobrir tão fraco e forte
Me descobrir tão sal e doce
E o que era amargo acabou-se
É bom dizer viver, valeu
É bom dizer amar, valeu.
Amar, valeu.
Do Gonzaguinha muito bem interpretada pela Zizi Possi quem aprendi a gostar!!! Beijos muitos!!!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Como na sexta estava super aperreada com um monte de coisas pra estudar e não pude postar o Canto do Poetinha e para mim todo dia é dia dele... então está aí!!! Nem sei se essa música já foi postada... caso tenha sido, deve fazer já um tempo e como é uma das minhas preferidas... Faz mal não! Tenham todos uma linda semana!!! Beijos muitos!!!!

Deixa Acontecer (Toquinho E Vinicius)
Ah, não tente explicar
Nem se desculpar
Nem tente esconder.
Se vem do coração,
Não tem jeito, não,
Deixa acontecer.
O amor é essa força incontida,
Desarruma a cama e a vida,
Nos fere, maltrata e seduz.
É feito uma estrela cadente
Que risca o caminho da gente,
Nos enche de Força e de luz.
Vai debochar da dor
Sem nenhum pudor
Nem medo qualquer.
Ah, sendo por amor,
Seja como for
E o que Deus quiser.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

As mais mais...


Definitivamente acho que hoje é a última segunda-feira que vou postar aqui as mais mais do disque e toque... Quando eu tiver vontade de colocar alguma música das minhas mais mais colocarei sem dia marcado, ok??
Ontem ganhei o primeiro volume do CD de Teresa Cristina, uma grande intérprete e compositora que está conseguindo se evidenciar no mundo da música popular brasileira. Neste CD, Teresa interpreta músicas de Paulinho da Viola, outro grande compositor que dispensa comentários. A música escolhida de hoje é o "Samba do Amor". Espero que gostem. Agora vou ficando por aqui, pois essa semana tô atolada de coisas para estudar... provas e mais provas.

Tenham todos uma linda semana!!! Beijos muitos!!!


Quanto me andei
Talvez pra encontrar
Pedaços de mim pelo mundo
Que dura ilusão
Só me desencontrei
Sem me achar
Aí eu voltei
Voltar quase sempre é partir
Para um outro lugar
O meu olhar se turvou
E a vida foi crescendo
E se tornando maior
Todo o seu desencanto
Ah, todos os meus gestos de amor
Foram tragados no mar
Ou talvez se perderam
Num tempo qualquer
Mas há sempre um amanhecer
E o novo dia chegou
E eu vim me buscar
Quem sabe em você

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Sim à Resistência


Com o texto abaixo em 94, conquistei o primeiro lugar em um concurso de poesia no colégio. Nessa época tinha juízo (rsrsrsrsrsrs), tinha inspiração de sobra para escrever mas depois não sei o que ocorreu, parece que bloqueou tudo e a pessoa ficou incapaz de produzir ao menos uma linha... Talvez pelas poucas e boas que aconteceram em minha vida meses depois desse concurso. Era uma pessoa completamente dedicada à escrita, participava de concursos, escrevia para os jornais, estava sempre a frente dos eventos literários da escola, enfim, foi um tempo muito bom. Depois vinheram as provações, a menina de quase 17 anos começou a ter responsabilidades de uma mulher e por aí vai. Mas agora, depois de algum tempo, ando tentando me reconstruir em todos os campos da minha vida, sobretudo na escrita e na leitura que costumavam ocupar o primeiro lugar em minha vida. Ah, ontem me presenteei com dois livros de Caio Fernando Abreu: O Ovo apunhalado e Ovelhas negras. Serão meus dois livros para as férias da faculdade. Conheci e aprendi a gostar do Caio há algum tempo mas só esporadicamente era que pegava alguma coisa para ler. São contos fantásticos com preferência pelos Sem Ana Blue e Terça gorda de carnaval (se não me falha a memória são esses os títulos). Me aprofundarei mais nesse grande contista e talvez passe por aqui e comente alguma coisa com vocês. Desejo a todos um lindo final de semana! Fiquei com meu texto agora.


SIM À RESISTÊNCIA


No silêncio
A sensação
É de que reina a paz
Engano, mentira, ilusão!
Ouço, sinto no coração.
(Ouvido apurado, que azar, ou melhor, sorte... talvez!).
Escuto os lamentos
De dor, de fome,
A ressonância da voz infantil;
Do povo explorado,
Enganado, atemorizado,
Sem remédio, sem teto, sem chão.
Personagem principal e permanente,
No enredo da tragédia.
Nos funestos ingredientes
Da fatalidade da vida
A insolência tenta vencer.
Não... Não... Não...
Ainda temos força e acima
De tudo coragem,
Precisamos urgente de ação.
Soltemos o grito contido para a transformação.

Cantinho do Poeta

A perdida esperança
(Vinícius de Moraes)

De posse deste amor que é, no entanto, impossível
Este amor esperado e antigo como as pedras
Eu encouraçarei o meu corpo impassível
E à minha volta erguerei um alto muro de pedras.
E enquanto perdurar tua ausência, que é eterna
Por isso que és mulher, mesmo sendo só minha
Eu viverei trancado em mim como no inferno
Queimando minha carne até sua própria cinza.
Mas permanecerei imutável e austero
Certo de que, de amor, sei o que ninguém soube
Como uma estátua prisioneira de um castelo
A mirar sempre além do tempo que lhe coube.
E isento ficarei das antigas amadas
Que, pela Lua cheia, em rápidas sortidas
Ainda vêm me atirar flechas envenenadas
Para depois beber-me o sangue das feridas.
E assim serei intacto, e assim serei tranqüilo
E assim não sofrerei da angústia de revê-las
Quando, tristes e fiéis como lobas no cio
Se puserem a rondar meu castelo de estrelas.
E muito crescerei em alta melancolia
Todo o canto meu, como o de Orfeu pregresso
Será tão claro, de uma tão simples poesia
Que há de pacificar as feras do deserto.
Farto de saber ler, saberei ver nos astros
A brilharem no azul da abóbada no Oriente
E beijarei a terra, a caminhar de rastros
Quando a Lua no céu contar teu rosto ausente.
Eu te protegerei contra o Íncubo
Que te espreita por trás da Aurora acorrentada
E contra a legião dos monstros do Poente
Que te querem matar, ó impossível amada!

Paris, 1957

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Todo Sentimento

Segunda-feira aí e a preguiça no mundo!!! Feriado quebrado bem no meio da final de semana é f..., né? Ainda mais para quem teve que trabalhar na sexta... #*&%##%&*%$#@!
Mas vamos lá, a música de hoje é do Chico. Quem não vive ou viveu na vida o tempo da delicadeza?
Tenham todos uma linda semana!!! Beijos muitos!!

Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo
Da gente
Preciso conduzir
Um tempo de te amar
Te amando devagar
E urgentemente
Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez
Que recolhe todo o sentimento
E bota no corpo uma outra vez
Prometo te querer
Até o amor cair
Doente doente
Prefiro então partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente
Depois de te perder
Te encontro, com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei, como encantado
Ao lado teu

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Cantinho do Poeta

Depois de algumas sextas sem postar o "Cantinho do Poeta", acho que tudo está voltando ao normal por aqui. Vinícius escreveu a poesia abaixo no ano de 1935 no Rio. Sem contar que a paixão sempre foi uma constante em sua vida, agora sim, entendo de onde o Poetinha Vagabundo tirava tanta inspiração para escrever tantas maravilhas deixadas para nós: das mulheres que amava e daquela terra linda e abençoada que é o Rio de Janeiro. E eu que o diga!
Tenham todos um lindo final de semana!!! Beijos muitos e até segunda-feira.
Ausência
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

As mais mais

Como promessa é dívida, eis aqui as mais mais (pelo menos do meu) disque e toque. Ok, isso costumava funcionar às segundas-feiras, mas é que problemas técnicos me impossibilitaram de postá-la ontem. Trago hoje uma belíssima composição de Ary Barroso que ouvi há algum tempo atrás me apaixonei pela música e que sempre procurei. Finalmente encontrei o cd e ganhei de presente... Olha que coisa boa, procurei na loja, achei e ganhei. O cd é na verdade é uma coletânea de várias composições de Ary interpretadas por brilhantes artistas. E esta ficou perfeita na voz da magnífica Leny de Andrade. Por hoje é só. Àqueles que têm ou tiveram uma Morena Boca de Ouro em suas vidas, esta é a música. Beijos muitos!!!


Morena boca de ouro que me faz sofrer
O teu jeitinho é que me mata
Roda morena, cai não cai
Ginga morena, vai não vai
Samba, morena, que desacata
Morena uma brasa viva pronta pra queimar
Queimando a gente sem clemência
Roda morena, cai não cai
Ginga morena, vai não vai
Samba morena, com malemolência
Meu coração é um pandeiro
Marcando o compasso de um samba feiticeiro
Samba que mexe com a gente
Samba que zomba da gente
O amor é um samba tão diferente
Morena samba no terreiro
Pisando sestrosa, vaidosa
Meu coração, morena, tem pena
De mais um sofredor que se queimou
Na brasa viva do teu amor

Alegria, Alegria...


Meu povo, pelamordeDeus... Há duas semanas exatas que ainda estou cansada e de ressaca de uma viagem que fiz. Ou melhor, fizemos: Suzana, Ciana e Josiane e eu.
Rio de Janeiro! “Um bom lugar pra ver um mar Copacabana” O quarteto fantástico simplesmente bombou! Daí o motivo de minha ausência por aqui.
Além de muito Old Par e Itaipava, muitas emoções.
Do Maracanã lotado (Flamengo X Corinthians) ao ensaio da Gloriosa Mangueira, vivemos dias intensos de muito prazer e descontração. Sem explicação as sensações vividas e partilhadas com estas pessoas maravilhosas.
Com a gente estavam “Fraldinha” , “Zé Pequeno” e os pombos, que tornaram nossa estadia por lá muito mais feliz. Só os conhecendo para conferir... rsrsrsrsrs
Praias lindas, Lapa, noite carioca, vacas espalhadas pelos quatro cantos da cidade misturadas com Poeta, gente bonita e feliz na Cidade Maravilhosa onde se respira o próprio Poetinha, a Bossa Nova e o samba, resumem tamanha alegria que deixaram saudades. Dias felizes que passamos e que logo logo terão direito a bis. Que seja logo!Saudações Cariocas!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O Amor só não basta

Aos casados há muito tempo, aos que não casaram, aos que vão casar, aos que acabaram de casar, aos que pensam em se separar... aos que acabaram de se separar, aos que pensam em voltar...

Por mais que o poder e o dinheiro tenham conquistado uma ótima posição no ranking das virtudes, o amor ainda lidera com folga. Tudo o que todos querem é amar. Encontrar alguém que faça bater forte o coração e justifique loucuras. Que nos faça entrar em transe, cair de quatro, babar na gravata. Que nos faça revirar os olhos, rir à toa, cantarolar dentro de um ônibus lotado. Tem algum médico aí??? Depois que acaba esta paixão retumbante, sobra o que?O amor. Mas não o amor mistificado, que muitos julgam ter o poder de fazer levitar. O que sobra é o amor que todos conhecemos, o sentimento que temos por mãe, pai, irmão, filho. É tudo o mesmo amor, só que entre amantes existe sexo. Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta. Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna. Casaram. Te amo para lá, te amo para cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada, respeito. Agressões zero. Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor, só, não basta.Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar. Amar, só, é pouco.Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar. Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar. Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar. Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimônio tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança. Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar, "solamente", não basta.Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, falta discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado. O amor é grande mas não é dois. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.Um bom amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!E felicidades a todos nós.

Desconheço o autor
Uma linda semana para todos!!! Amanhã volto com as mais mais do disque e toque! Beijos

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

As mais mais do disque e toque


Olá, mais uma segunda-feira de preguiça e venho trazendo as mais mais do disque e toque. E hoje, uma música que é a minha cara e não sei porque ainda não tinha postado aqui. É do Vinícius e do Toquinho: Escravo da Alegria.

Deverei me ausentar daqui durante esta semana, pois estarei viajando... Portanto, na sexta não deverá ter o cantinho do poeta. Aproveitarei bastante esses dias fora e trarei novidades.

"minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro..." "um bom lugar pra ver o mar, copacabana..."

Beijos e uma linda semana! E tenho certeza que a minha será.


E eu que andava nessa escuridão
De repente foi me acontecer
Me roubou o sono e a solidão
Me mostrou o que temia ver
Sem pedir licença, nem perdão
Veio louca pra me enlouquecer
Vou dormir querendo despertar
Pra depois de novo conviver
Com essa luz que veio me habitar
Com esse fogo que faz arder
Me dá medo e vem me encorajar
Fatalmente me fará sofrer
Ando escravo da alegria
Hoje em dia minha gente
Isso não é normal
Se o amor é fantasia
Eu me encontro ultimamente
Em pleno carnaval

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Vinícius de Moraes

Soneto do amor como um rio

Este infinito amor de um ano faz
Que é maior do que o tempo e do que tudo
Este amor que é real, e que, contudo
Eu já não cria que existisse mais.
Este amor que surgiu insuspeitado
E que dentro do drama fez-se em paz
Este amor que é o túmulo onde jaz
Meu corpo para sempre sepultado.
Este amor meu é como um rio; um rio
Noturno interminável e tardio
A deslizar macio pelo ermo
E que em seu curso sideral me leva
Iluminado de paixão na treva
Para o espaço sem fim de um mar sem termo.

Montevidéu, 1959

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Desabafo

Por onde será que andam os políticos que prometeram "O grande salto que o Ceará merece"? Vou me deter aqui, somente no plano piloto de governo que ajudou e muito, a eleger o atual governador.
Ronda do Quarteirão? É UTOPIA. Idéias escatologicas que não sairam ainda do papel e no meu entendimento não saírão mesmo. Ora, queria ver se esse povo que vive de balela (os políticos), investisse no policial pai de família, cidadão de bem (pelo menos em tese é o que parece) e largasse mão dessa idéia de carros luxuosos para a polícia que custarão um valor exorbitante ao erário, investindo em carros razoavelmente potentes mas que de fato investisse no homem com salários dignos e condições humanas de trabalho. Garanto que a situação não estaria como se encontra agora. Uma coisa eu sei que eles estão fazendo: visto o número frequente de delitos cometidos por policiais, esse povo do alto escalão, leia-se Cid Gomes, Governador do Estado, anda com uma historinha de diminuir os salários desses ditos policiais infratores com o intuito de investir o próprio dinheiro deles numa espécie de capacitação. Ora, tenha paciência! Governador, o povo quer viver em melhores condições, sem ter que sair de casa sem saber se vai voltar (com tanta violência no Estado) e deixando sua família, sobretudo seus filhos com fome.
É melhor deixar de conversa para boi dormir e agir...
E olhe que não citei aqui os outros pontos que precisam andar para frente. Só lembrando: quem era que dizia na campanha passada que o governo atual (na época Lúcio Alcântara) ainda não havia andado para frente, que o carro estava ando de marcha ré?
Acho melhor abrirem do olho, pois como diz o dito popular: "ao redor do c. só é beira"...
Quem viver verá.

As mais mais do disque e toque


Neste sábado fui ao show da Mônica Salmaso. Pessoa por quem me apaixonei quando a vi participando no filme de Vinícius interpretando "Canto Triste". Claro que saí do show frustrada porque não a ouvi cantando minha preferida e disse isso a ela quando estive no camarim pegando seu autógrafo no cd que comprei lá mesmo: Noites de gala, samba na rua. Um repertório perfeito (todo Chico Buarque), mas que infelizmente não rolou nessa apresentação. Casa lotada, pessoas impacientes por ser um show paradão, nos convidando ao sono. Eu pelo menos, e para variar, dei um cochilinho básico. Acredito que a maioria, assim como eu, foi ao show pensando encontrar aquilo que estava no jornal: Mônica cantando Chico Buarque. Bem, mas ela é maravilhosa, uma voz doce e suave que definitivamente me cativou. E prometeu: próximo show em Fortaleza, cantará minha preferida. Vamos ver, né? Depois coloco aqui a foto que tirei com ela. Acabei esquecendo de trazer minha máquina para descarregar no PC da assembléia.

Meu domingo foi "morgadão", visto que bebi "todas" na noite do sábado. Me programei para ir ver as "Filhas da Mãe" no Dragão do Mar, mas a preguiça não deixou. Espero ir no próximo domingo, pois farão uma outra apresentação.

E para hoje, aproveitando a deixa Mônica Salmaso, deixo aqui nas mais mais do disque e toque, a música "Morena dos Olhos D'água" de Chico Buarque e que está tão bem interpretada por ela. Beijo enorme e desejos de uma linda semana para todos vocês.



Morena dos olhos d'água
Tira os seus olhos do mar
Vem ver o que a vida ainda vale
O sorriso que eu tenho pra lhe dar
Descansa em meu pobre peito
Que jamais enfrenta o mar
Mas que tem abraço estreito, morena
Com jeito de lhe agradar
Vem ouvir lindas histórias
Que por seu amor sonhei
Vem saber quantas vitórias, morena
Por mares que eu só sei
O seu homem foi-se embora
Prometendo voltar já
Mas as ondas não têm hora, morena
De partir ou de voltar
Passa a vela e vai se embora
Passa o tempo e vai também
Mas meu canto ainda lhe implora,
Morena, agora, morena, vem.


sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Poeta, meu poeta camarada...


Olá meus queridos... depois de um tempo afastada por motivos que já expliquei em post passado, eis que volto com o Poetinha. Ele, que aprendi a amar, admirar, comparar-me também com ele em alguns pontos, não poderia faltar aqui neste blog, não é? E para vocês, mais uma sexta dedicada ao Vininha...

Tenham todos um final de semana abençoado e feliz!!! Beijos!!!




Canção do amor demais


Quero chorar porque te amei demais
Quero morrer porque me deste a vida
Oh, meu amor, será que nunca hei de ter paz
Será que tudo que há em mim
Só quer sentir saudade
E já nem sei o que vai ser de mim
Tudo me diz que amar será meu fim
Que desespero traz o amor!
Eu nem sabia o que era o amor
Agora sei porque não sou feliz

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Tudo que eu queria...


Casa no Campo
Sá, Rodrix & Guarabyra



Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
E um filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Gostei demais...

No Elevador do Filho de Deus
Elisa Lucinda

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
Que eu já tô ficando craque em ressurreição.
Bombeou eu tô morrendo
Na minha extrema pulsão
Na minha extrema-unção
Na minha extrema menção de acordar viva todo dia
Há dores que sinceramente eu não resolvo
sinceramente sucumbo
Há nós que não dissolvo e me torno moribundo de doer daquele corte
do haver sangramento e forte
que vem no mesmo malote das coisas queridas
Vem dentro dos amores
dentro das perdas de coisas antes possuídas
dentro das alegrias havidas
Há porradas que não tem saída
há um monte de "não era isso que eu queria"
Outro dia, acabei de morrer
depois de uma crise sobre o existencialismo
3º mundo, ideologia e inflação...
E quando penso que não me vejo ressurgida no banheiro
feito punheteiro de chuveiro
Sem cor, sem fala
nem informática nem cabala
eu era uma espécie de Lázara
poeta ressucitada
passaporte sem mala com destino de nada!
A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
ensaiar mil vezes a séria despedida
a morte real do gastamento do corpo
a coisa mal resolvida
daquela morte florida
cheia de pêsames nos ombros dos parentes
chorosos cheio do sorriso
culpado dos inimigos invejosos
que já to ficando especialista em renascimento
Hoje, praticamente, eu morro quando quero:
às vezes só porque não foi um bom desfecho
ou porque eu não concordo
Ou uma bela puxada no tapete
ou porque eu mesma me enrolo
Não dá outra: tiro o chinelo...
E dou uma morrida!
Não atendo telefone, campainha...
Fico aí camisolenta em estado de éter
nem zangada, nem histérica, nem puta da vida!
Tô nocauteada, tô morrida!
Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa
não tem aquela ansiedade para entrar em cena
É uma espécie de venda
uma espécie de encomenda
que a gente faz pra ter depois ter um produto
com maior resistência onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)
e fica feito a justiça: cega
Depois acorda bela corta os cabelos
muda a maquiagem
reinventa modelos
reencontra os amigos
que fazem a velha e merecida pergunta ao teu eu:
"Onde cê tava?
Tava sumida, morreu?"
E a gente com aquela cara de fantasma moderno,
de expersona falida: - Não, tava só deprimida.

Tempo tempo tempo tempo...


De volta mais uma vez com as mais mais do disque e toque, a música escolhida para hoje se adequa bem ao que tenho vivido ultimamente... Uma composição de Caetano numa belíssima interpretação de Maria Bethânia a Oração do Tempo nos toca sutilmente, pelo menos a mim, pela beleza que traz consigo... muitas vezes não sabemos dar valor ao tempo. Como eu mesma citei no post anterior, a vida é um verdadeiro corre-corre que não nos permite contemplar o tempo como "um senhor tão bonito".

Beijo enorme para todos com desejos de uma linda semana!!!



Oração Do Tempo (Tempo, Tempo, Tempo)

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo
Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo
Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que eu te digo
Tempo tempo tempo tempo
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definitivo
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo
O que usaremos pra isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo
E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo
Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo

sábado, 13 de outubro de 2007


Ufa!!! Depois de quase um mês sem pisar por aqui, eis-me aqui de volta. Espero que agora seja pra valer... Muitas coisas novas têm acontecido em minha vida durante esse tempo em que estive ausente. Um estágio na redação de uma TV que há muito tempo eu tanto ansiava, uma dieta que já me fez perder 5 kg em menos de um mês, cooper diário, faculdade de vento em poupa, amigos do coração que fazem sentir-me feliz, enfim, uma correria que apesar de tantas atividades só me faz bem. Descobri que sou uma mulher cardíaca (por isso ninguém pode me contrariar...rsrsrsrsrs), ando tomando uns remedinhos pra segurar o coração, tô com vontade de trocar meu coração por um fígado (totalflex), ansiosa por uma viagem que vai já já chegar... égua, é muita coisa pra uma pessoa só, né??? A única coisa que permanece firme em mim é meu sono incurável... sempre que posso tô dando uns cochilins.

Bom, volto na segunda-feira com as mais mais do disque e toque e espero não ficar só nisso, apesar da minha total falta de tempo.

Beijo enorme para todos, se é que ainda anda alguém por aqui, e um lindo final de semana!!!

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Canto do Poeta

Ai de quem Ama (Vinícius de Moraes)

Ai de quem ama
Quanta tristeza
Há nesta vida
Só incerteza
Só despedida
Amar é triste
O que é que existe?
O amor
Ama, canta
Sofre tanta
Tanta saudade
Do seu carinho
Quanta saudade
Amar sozinho
Ai de quem ama
Vive dizendo
Adeus, adeus

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

As mais mais do disque e toque


Olá, depois de um final de semana maravilhoso, trago para vocês mais uma das mais mais do disque e toque. A escolhida de hoje, é uma composição de Miltinho do MPB4 e de Paulo Cézar Pinheiro e que ficou perfeita na voz doce e suave da grande Roberta Sá. Desejo a todos uma linda semana!!!



Cicatrizes

Amor que nunca cicatriza
Ao menos ameniza a dor
Que a vida não amenizou
Que a vida a dor domina
Arrasa e arruína
Depois passa por cima a dor
Em busca de outro amor
Acho que estou pedindo uma coisa norma felicidade é um
bem natural
Uma, qualquer uma
Que pelo menos dure enquanto é carnaval
Apenas uma
Qualquer uma
Não faça bem
Mas que também não faça mal
Meu coração precisa
Ao menos ameniza a dor
Que a vida não amenizou
Que a vida dor domina
Arrasa e arruína
Depois passa por cima a dor
Em busca de outro amor
Acho que estou pedindo uma coisa normal
Felicidade é um bem natural
Uma, qualquer uma
Que pelo menos dure enquanto é carnaval
Apenas uma
Qualquer uma
Não faça bem
Mas que também não faça mal

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Vinícius de Moraes


Olha mais uma sexta-feira chegando e o Poetinha mais um dia aqui para vocês... Desejo a todos um lindo final de semana!!! Beijos muitos!!!



Amei tanto

Nunca fui covarde
Mas agora é tarde
Amei tanto
Que agora nem sei mais chorar
Vivi te buscando
Vivi te encontrando
Vivi te perdendo
Ah, coração, infeliz até quando?
Para ser feliz
Tu vais morrer de dor
Amei tanto
Que agora nem sei mais chorar
Nunca fui covarde
Mas agora é tarde
É tarde demais enfim
A solidão é o fim de quem ama
A chama se esvai, a noite cai em mim

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

As mais mais do disque e toque

Depois de um lindo feriado, eis mais uma segunda-feira das mais mais do disque e toque. Acho que realmente esse negócio aqui só vai funcionar mesmo às segundas e sextas (por falta de tempo). A música escolhida de hoje é Gozos da Alma, de autoria do Grande Francis Hime em parceria com Geraldo Carneiro. Escolhi esta porque ultimamente tenho investigado a tragetória desta magnífico músico, compositor, cantor e mais um monte de coisa boa da Bossa Nova. Tenham todos uma linda semana!!!


Gozos da Alma

Gozos da alma, estou partindo agora;
Chegou a hora de partir, mas não
Te deixo só, porque não pode ser,
Porque deixei todo o meu ser contigo;
Não pode ser, porque te levo em mim,
Vou te levar comigo até o meu fim;
E quando por um instante em nosso olhar
A ausência nos negar o olhar do amado
E então fizer pra nós do dia a noite
Mais constante, não deixa a dor chegar
Que é só um momento,
Quando viramos para o lado pra dormir
Porque quem guarda vivo o seu amor
Nunca terá o tormento de partir;
Faz nossa fé no mútuo amor
Provar que, se alguém vai ter que se mover
São nossos corpos, não o nosso ser
São nossos corpos, não o nosso ser

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Vinícius em dose dupla


Antecedendo o dia de amanhã (sexta do Poetinha), já que estarei fora e levando em consideração que na sexta passada não postei nada dele aqui, hoje colocarei o Poeta em dose dupla...
Desejo um lindo feriado e muitas joaninhas para todos!!! Beijos muitos!!!


A flor da noite
Na solidão escura
Do velho Pelourinho
Matilde, a louca mansa
Vivia mercando assim:
Olha a flor da noite ...
Olha a flor da noite ...
Seria a flor da noite
A luz da estrela solitária
A tremular tão pura
Sobre o velho Pelourinho?
Ou o som da voz ausente
Da menina triste
Que mercava o seu triste descaminho:
Olha a flor da noite ...
Olha a flor da noite ...
Ou seria a flor da noite
A face oculta atrás da aurora
Por quem o homem luta
Desde nunca até agora
A louca aprisionada
Pelos monstros do poente
E que avisa e grita alucinadamente:
Olha a flor da noite ...
Olha a flor da noite ...


A rosa desfolhada
Tento compor o nosso amor
Dentro da tua ausência
Toda a loucura, todo o martírio
De uma paixão imensa
Teu toca-discos, nosso retrato
Um tempo descuidado
Tudo pisado, tudo partido
Tudo no chão jogado
E em cada canto
Teu desencanto
Tua melancolia
Teu triste vulto desesperado
Ante o que eu te dizia
E logo o espanto e logo o insulto
O amor dilacerado
E logo o pranto ante a agonia
Do fato consumado
Silenciosa
Ficou a rosa
No chão despetalada
Que eu com meus dedos tentei a medo
Reconstruir do nada:
O teu perfume, teus doces pêlos
A tua pele amada
Tudo desfeito, tudo perdido
A rosa desfolhada

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

As mais mais do disque e toque


A escolhida para hoje, é uma composição de Milton Nascimento e Telo Borges, interpretada por minha musa (uma das...) Maria Rita Mariano. Tristesse. Coloquei um link acima, mas não sei se vai funcionar. Não sei mexer mesmo com essas coisas... De qualquer forma, se não for possível visualisar, é só ir ao YouTube e colocar Maria Rita Tristesse... vale muito a pena.

Tenham uma linda semana!!!





Como você pode pedir
Pra eu falar do nosso amor
Que foi tão forte e ainda é
Mas cada um se foi
Quanta saudade brilha em mim
Se cada sonho é seu
Virou história em sua vida
Mas prá mim não morreu
Lembra, lembra, lembra, cada instante que passou
De cada perigo, da audácia do temor
Que sobrevivemos que cobrimos de emoção
Volta a pensar então
Sinto, penso, espero, fico tenso toda vez
Que nos encontramos, nos olhamos sem viver
Pára de fingir que não sou parte do seu mundo
Volta a pensar então
Como você pode pedir...

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

As mais mais do disque e toque


É, parece que esse negócio só vai funcionar mesmo às segundas e sextas-feiras. Como assumi o compromisso da segunda das mais mais e da sexta do poetinha, não consigo passar por aqui outros dias simplesmente porque tô atolada de trabalhos da Faculdade que tomam todo o tempo que me resta. Mas prometo me redimir. Tenham todos uma linda semana e fiquem com uma fresquinha e exclusiva da minha querida Isabella Taviani. Faz parte do cd novo que como o outro também tá muito bom.


Diga Sim Pra Mim


Eu pensei em comprar algumas flores
Só pra chamar mais atenção
Eu sei, já não há mais razão pra solidão
Meu bem, eu tô pedindo a sua mão
Então case-se comigo numa noite de luar
Ou na manhã de um domingo a beira mar
Diga sim pra mim
Case-se comigo na igreja e no papel
Vestido branco com bouquet e lua de mel
Diga sim pra mim
Sim pra mim
Eu pensei em escrever alguns poemas
Só pra tocar seu coração
Eu sei, uma pitada de romance é bom
Meu bem, eu tô pedindo a sua mão
Prometo sempre ser o seu abrigo
Na dor o sofrimento é dividido
Lhe juro ser fiel ao nosso encontro
Na alegria, felicidade vem em dobro
Eu comprei uma casinha tão modesta
Eu sei, você não liga pra essas coisas
Lhe darei toda a riqueza de uma vida
O meu amor

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Cantinho do Poeta...


A hora íntima

Vinicius de Moraes


Quem pagará o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?
Quem, dentre amigos, tão amigo
Para estar no caixão comigo?
Quem, em meio ao funeral
Dirá de mim: – Nunca fez mal...
Quem, bêbedo, chorará em voz alta
De não me ter trazido nada?
Quem virá despetalar pétalas
No meu túmulo de poeta?
Quem jogará timidamente
Na terra um grão de semente?
Quem elevará o olhar covarde
Até a estrela da tarde?
Quem me dirá palavras mágicas
Capazes de empalidecer o mármore?
Quem, oculta em véus escuros
Se crucificará nos muros?
Quem, macerada de desgosto
Sorrirá: – Rei morto, rei posto...
Quantas, debruçadas sobre o báratro
Sentirão as dores do parto?
Qual a que, branca de receio
Tocará o botão do seio?
Quem, louca, se jogará de bruços
A soluçar tantos soluços
Que há de despertar receios?
Quantos, os maxilares contraídos
O sangue a pulsar nas cicatrizes
Dirão: – Foi um doido amigo...
Quem, criança, olhando a terra
Ao ver movimentar-se um verme
Observará um ar de critério?
Quem, em circunstância oficial
Há de propor meu pedestal?
Quais os que, vindos da montanha
Terão circunspecção tamanha
Que eu hei de rir branco de cal?
Qual a que, o rosto sulcado de vento
Lançará um punhado de sal
Na minha cova de cimento?
Quem cantará canções de amigo
No dia do meu funeral?
Qual a que não estará presente
Por motivo circunstancial?
Quem cravará no seio duro
Uma lâmina enferrujada?
Quem, em seu verbo inconsútil
Há de orar: – Deus o tenha em sua guarda.
Qual o amigo que a sós consigo
Pensará: – Não há de ser nada...
Quem será a estranha figura
A um tronco de árvore encostada
Com um olhar frio e um ar de dúvida?
Quem se abraçará comigo
Que terá de ser arrancada?
Quem vai pagar o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?

terça-feira, 21 de agosto de 2007

As mais mais do disque e toque


A música escolhida para hoje, é uma composição de Marcelo Camelo (Los Hermanos) que por acaso eu também adoro, e ficou perfeita na voz e interpretação da minha musa (uma das...) Maria Rita. "Veja bem meu bem". Espero que gostem. Beijos e uma linda semana!



Veja bem, meu bem
Sinto te informar
Que arranjei alguém
Pra me confortar
Este alguém está
Quando você sai
Eu só posso crer
Pois sem ter você
Nestes braços tais
Veja bem, amor
Onde está você?
Somos no papel
Mas não no viver
Viajar sem mim
Me deixar assim
Tive que arranjar
Alguém pra passar
Os dias ruins
Enquanto isso, navegando eu vou
Sem paz
Sem ter um porto
Quase morto, sem um cais
E eu nunca vou te esquecer, amor
Mas a solidão deixa o coração
Neste leva-e-traz
Veja bem além
Destes fatos vis
Saiba: traições
São bem mais sutis
Se eu te troquei
Não foi por maldade
Amor, veja bem
Arranjei alguém
Chamado saudade

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Satisfação

Olá pessoal, por ter chegado hoje de viagem e estar "exaustera", não houve tempo de postar as mais mais do disque e toque de hoje, mas prometo que amanhã será em dose dupla.
Beijos... agora, saindo pra faculdade!

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Sexta do Poeta, poetinha vagabundo...


Olá, mais uma do Poetinha. Hoje sexta-feira, depois de uma "ressaca" que valeu muito a pena (fui ao show da minha musa Ana Carolina), trago para meus possíveis leitores (se é que os tenho, e isso vale ressaltar), mais uma pérola do grande Vinícius de Moraes...

Tenham todos um excelente final de semana. O meu deverá ser! Estarei em Recife, aproveitando o final de semana na Praia de Boa Viagem. Coisa chaaaaata, né? rsrsrsrsrsrsrs Mas isso eu explico depois. Beijos e até qualquer hora.


Deixa acontecer


Ah, não tente explicar
Nem se desculpar
Nem tente esconder
Se vem do coração
Não tem jeito, não
Deixa acontecer
O amor é essa força incontida
Desarruma a cama e a vida
Nos fere, maltrata e seduz
É feito uma estrela cadente
Que risca o caminho da gente
Nos enche de força e de luz
Vai debochar da dor
Sem nenhum pudor
Nem medo qualquer
Ah, sendo por amor
Seja como for
E o que Deus quiser

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Planos Futuros...


Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira!" (Che Guevara)
Se houver tempo suficiente,pois minha vida anda uma correria, vou começar a executar um projetinho que está aqui na minha caixola há algum tempo: meter o pau nesses políticos filhos da mãe que machucam e não fazem nada por aqueles que os colocam no poder, sobretudo os políticos do cenário estadual.Quando digo meter o pau, não é criticar somente, mas avaliar e opinar fatos relacionados ao dia-a-dia vivenciados por mim. Aguardem e verão!!!

As mais mais do disque e toque



Ana Carolina - Tolerância


Como água no deserto
Procurei seu passo incerto
Pra me aproximar
A tempo
O seu código de guerra
E a certeza que te cerca
Me fazem ficar atento
Não me importa a sua crença
Eu quero a diferença
Que me faz te olhar
De frente
Pra falar de tolerância
E acabar com essa distância
Entre nós dois
Deixa eu te levar
Não há razão e nem motivo
Pra explicar
Que eu te completo
E que você vai me bastar
Tô bem certo de que você vai gostar
Você vai gostar
Como lava no oceano
Um esforço sobre-humano
Pra recomeçar
Do zero
Se pareço ainda estranho
Se não sou do seu rebanho
E ainda assim
Te quero
É que o amor é soberano
E supera todo engano
Sem jamais perder
O elo
E é por isso que te espero
E já sinto a mesma coisa em seu olhar
Deixa eu te levar
Não há razão e nem motivo
Pra explicar
Que eu te completo
E que você vai me bastar, eu sei
Tô bem certo de que você vai gostar
Você vai gostar

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Mais Um Adeus... Vinícius de Moraes




Sem muito para falar, mais uma do meu Poeta. Em parceria com Toquinho... Mais um Adeus. Tenham um lindo final de semana.



Mais um adeus
Uma separação
Outra vez, solidão
Outra vez, sofrimento
Mais um adeus
Que não pode esperar
O amor é uma agonia
Vem de noite, vai de dia
É uma alegria
E de repente
Uma vontade de chorar

Olha, benzinho, cuidado
Com o seu resfriado
Não pegue sereno
Não tome gelado
O gim é um veneno
Cuidado, benzinho
Não beba demais
Se guarde para mim
A ausência é um sofrimento
E se tiver um momento
Me escreva um carinho
E mande o dinheiro
Pro apartamento
Porque o vencimento
Não é como eu: Não pode esperar
O amor é uma agonia
Vem de noite, vai de dia
É uma alegria
E de repente
Uma vontade de chorar

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

As mais mais do disque e toque...

Olá pessoal, hoje mais uma tradicional "preguiça-feira" com mais uma das mais mais...
Durante esse final de semana, estive dando uma relembrada em meus cds do Vinícius e resolvi postar hoje a música "Modinha", uma parceria com Antonio Carlos Jobim... Espero que gostem. Tenham, todos uma excelente semana! Beijos muitos!!!
Não!
Não pode mais meu coração
Viver assim dilacerado
Escravizado a uma ilusão
Que é só desilusão
Ah, não seja a vida sempre assim
Como um luar desesperado
A derramar melancolia em mim
Poesia em mim
Vai, triste canção, sai do meu peito
E semeia a emoção
Que chora dentro do meu coração
Coração
E em uma interpretação da grande Maria Bethânia, em seu dvd Tempo, tempo, tempo, tempo, ao cantar esta música, declama a poesia:

Poética (I)

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros
Que contem passo por passo
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço
Meu tempo
É quando...
Lindo, lindo lindo...