segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Sampa, aí vou eu!!!


Devo passar uns dias ausentes daqui. Tô viajando amanhã para participar do 33º Congresso Nacional de Jornalismo, em São Paulo. Expectativa é o que não me falta. Acho que esse congresso vai ser uma experiência fantástica, pelo menos assim eu espero. Vou como estudante, é claro, mas logo em breve outros congressos virão em que vou como "Jornalista Sindicalizada".

Claro que aproveitando a estadia na "Terra da Garoa", vou à Bienal do Livro, que segundo a Su que já está lá desde o dia 8, está sendo tudo! Claro, ela já me fez a gentileza em investigar se algum escritor de minha preferência vai pousar por lá... e não é que terei o prazer de conversar com o Zuenir Ventura, ter meus livros (que já estão na mala) autografádos e ainda que muito rápido trocar umas idéias básicas? Isso eu conto depois da experiência, né?
Vou também à exposição dos 50 Anos da Bossa Nova, respirar Vinícius e mergulhar na história da bossa.
Se houver oportunidade escrevo de lá, caso o contrário, só quando eu voltar... Com a bagagem cheia de novidades.

Beijo enorme e até a volta!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

E por falar em saudade...


Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada;
se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzbier;
se ela continua preferindo Margarita;
se ela continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ela continua cantando tão bem; se ela continua detestando o Mc Donald's;
Se ele continua amando;
Se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;
Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...


Miguel Falabella (Saudade)

terça-feira, 12 de agosto de 2008


"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem"
Guimarães Rosa




E justamente por falta dessa "coragem", é que muitas vezes deixei a vida passar, permiti que pessoas importantes partissem, não experimentei a felicidade sem que antes pudesse ao menos tentar, fazendo com que essa tal felicidade tão almejada por todos pudesse escorrer por entre meus dedos como grãos de areia.Tive medo! Mas aos poucos, noto uma mudança significativa em minha vida, nos meus projetos, nos meus sonhos.Coragem de amar, coragem de lutar, coragem ser quem sou, coragem simplesmente de ser feliz! É possível, basta acreditar!

domingo, 10 de agosto de 2008

O que é a paixão!

Certa vez, depois de muita discussão, alguém falou que essa seria a melhor definição de “paixão”... Muito mais até do que todas as composições que Vinícius, o Poeta da Paixão, foi capaz de escrever. Devo reconhecer que de fato, essa pessoa estava corretíssima!
Como hoje tô saudosa e mais apaixonada que de costume, aí vai a tal definição de saudade, composta por Chico Buarque: O que será (À flor da pele).
Tenham todos um lindo domingo e uma semana abençoada!
O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receitaO que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limiteO que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo

"A ausência torna o coração mais amante"

(Sexto Aurélio Propércio - Poeta latino - 47/ 15 a.C.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Esse texto que resolvi postar é de autoria de uma pessoa especial que tem na verdade, não se revelado uma grande escritora, mas resolveu desenterrar os dons que Deus lhe deu e que guradava somente para si. Uma pessoa de uma grande sensibilidade e que apresento a vocês agora: Andréia Rocha, minha escritora preferida! E esse post em especial me tocou bastante.
Tenham todos um lindo final de semana!!!
O que os olhos não vêem... o coração ainda enxerga
Ela tinha os olhos imóveis, como duas portas escancaradas e com as dobradiças quebradas. A dor enferrujara as pálpebras. Estava em estado de alerta. Todos os dias, um desespero habitual fazia-lhe cerrar os olhos em busca do sono, pois dormir era a anestesia mais eficaz para sua alma.
Mas o rangido dos olhos, ao tentar fechá-los, afugentava todo e qualquer sono. Afugentava o sono da auto-enganação, do amenizar o que era impossível estreitar a dimensão. O que sentia era grande, pesado, intenso. Impossível de fugir.
Os olhos não viam, porém os pensamentos alcançavam. Traziam para junto de si cada detalhe... ressoavam a voz, as risadas, os sussurros. Pensar para ela era mais que relembrar, era viver pela milésima vez, bilionésima, enfim. E com um detalhe: nos pensamentos o fim não existia e, se porventura existisse, seria apenas pelo tocar inesperado do telefone, por exemplo, e não pela fatídica hora do dizer adeus.
O adeus fora dito há algum tempo . Os olhos ouviram, mas os pensamentos não. Hoje não se vê, mas ainda se sente. Contradição do bobo ditado popular. O que se guarda dentro não escapa pelo redemoinho de fora.
A.R

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Viva!


Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis. Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém. Já abracei para proteger, já dei risada quando não podia, fiz amigos eternos, amei e fui amado, mas também fui rejeitado, fui amado e não amei. Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de AMOR e quebrei a cara muitas vezes! Já CHOREI ouvindo música e vendo fotos, já liguei só para ouvir a voz, me apaixonei por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade, tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo)! Mas vivi! Viva! Não passo pela vida... você também não deveria passar! Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante."
Charles Chaplin