segunda-feira, 26 de novembro de 2007

As mais mais...


Definitivamente acho que hoje é a última segunda-feira que vou postar aqui as mais mais do disque e toque... Quando eu tiver vontade de colocar alguma música das minhas mais mais colocarei sem dia marcado, ok??
Ontem ganhei o primeiro volume do CD de Teresa Cristina, uma grande intérprete e compositora que está conseguindo se evidenciar no mundo da música popular brasileira. Neste CD, Teresa interpreta músicas de Paulinho da Viola, outro grande compositor que dispensa comentários. A música escolhida de hoje é o "Samba do Amor". Espero que gostem. Agora vou ficando por aqui, pois essa semana tô atolada de coisas para estudar... provas e mais provas.

Tenham todos uma linda semana!!! Beijos muitos!!!


Quanto me andei
Talvez pra encontrar
Pedaços de mim pelo mundo
Que dura ilusão
Só me desencontrei
Sem me achar
Aí eu voltei
Voltar quase sempre é partir
Para um outro lugar
O meu olhar se turvou
E a vida foi crescendo
E se tornando maior
Todo o seu desencanto
Ah, todos os meus gestos de amor
Foram tragados no mar
Ou talvez se perderam
Num tempo qualquer
Mas há sempre um amanhecer
E o novo dia chegou
E eu vim me buscar
Quem sabe em você

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Sim à Resistência


Com o texto abaixo em 94, conquistei o primeiro lugar em um concurso de poesia no colégio. Nessa época tinha juízo (rsrsrsrsrsrs), tinha inspiração de sobra para escrever mas depois não sei o que ocorreu, parece que bloqueou tudo e a pessoa ficou incapaz de produzir ao menos uma linha... Talvez pelas poucas e boas que aconteceram em minha vida meses depois desse concurso. Era uma pessoa completamente dedicada à escrita, participava de concursos, escrevia para os jornais, estava sempre a frente dos eventos literários da escola, enfim, foi um tempo muito bom. Depois vinheram as provações, a menina de quase 17 anos começou a ter responsabilidades de uma mulher e por aí vai. Mas agora, depois de algum tempo, ando tentando me reconstruir em todos os campos da minha vida, sobretudo na escrita e na leitura que costumavam ocupar o primeiro lugar em minha vida. Ah, ontem me presenteei com dois livros de Caio Fernando Abreu: O Ovo apunhalado e Ovelhas negras. Serão meus dois livros para as férias da faculdade. Conheci e aprendi a gostar do Caio há algum tempo mas só esporadicamente era que pegava alguma coisa para ler. São contos fantásticos com preferência pelos Sem Ana Blue e Terça gorda de carnaval (se não me falha a memória são esses os títulos). Me aprofundarei mais nesse grande contista e talvez passe por aqui e comente alguma coisa com vocês. Desejo a todos um lindo final de semana! Fiquei com meu texto agora.


SIM À RESISTÊNCIA


No silêncio
A sensação
É de que reina a paz
Engano, mentira, ilusão!
Ouço, sinto no coração.
(Ouvido apurado, que azar, ou melhor, sorte... talvez!).
Escuto os lamentos
De dor, de fome,
A ressonância da voz infantil;
Do povo explorado,
Enganado, atemorizado,
Sem remédio, sem teto, sem chão.
Personagem principal e permanente,
No enredo da tragédia.
Nos funestos ingredientes
Da fatalidade da vida
A insolência tenta vencer.
Não... Não... Não...
Ainda temos força e acima
De tudo coragem,
Precisamos urgente de ação.
Soltemos o grito contido para a transformação.

Cantinho do Poeta

A perdida esperança
(Vinícius de Moraes)

De posse deste amor que é, no entanto, impossível
Este amor esperado e antigo como as pedras
Eu encouraçarei o meu corpo impassível
E à minha volta erguerei um alto muro de pedras.
E enquanto perdurar tua ausência, que é eterna
Por isso que és mulher, mesmo sendo só minha
Eu viverei trancado em mim como no inferno
Queimando minha carne até sua própria cinza.
Mas permanecerei imutável e austero
Certo de que, de amor, sei o que ninguém soube
Como uma estátua prisioneira de um castelo
A mirar sempre além do tempo que lhe coube.
E isento ficarei das antigas amadas
Que, pela Lua cheia, em rápidas sortidas
Ainda vêm me atirar flechas envenenadas
Para depois beber-me o sangue das feridas.
E assim serei intacto, e assim serei tranqüilo
E assim não sofrerei da angústia de revê-las
Quando, tristes e fiéis como lobas no cio
Se puserem a rondar meu castelo de estrelas.
E muito crescerei em alta melancolia
Todo o canto meu, como o de Orfeu pregresso
Será tão claro, de uma tão simples poesia
Que há de pacificar as feras do deserto.
Farto de saber ler, saberei ver nos astros
A brilharem no azul da abóbada no Oriente
E beijarei a terra, a caminhar de rastros
Quando a Lua no céu contar teu rosto ausente.
Eu te protegerei contra o Íncubo
Que te espreita por trás da Aurora acorrentada
E contra a legião dos monstros do Poente
Que te querem matar, ó impossível amada!

Paris, 1957

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Todo Sentimento

Segunda-feira aí e a preguiça no mundo!!! Feriado quebrado bem no meio da final de semana é f..., né? Ainda mais para quem teve que trabalhar na sexta... #*&%##%&*%$#@!
Mas vamos lá, a música de hoje é do Chico. Quem não vive ou viveu na vida o tempo da delicadeza?
Tenham todos uma linda semana!!! Beijos muitos!!

Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo
Da gente
Preciso conduzir
Um tempo de te amar
Te amando devagar
E urgentemente
Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez
Que recolhe todo o sentimento
E bota no corpo uma outra vez
Prometo te querer
Até o amor cair
Doente doente
Prefiro então partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente
Depois de te perder
Te encontro, com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei, como encantado
Ao lado teu

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Cantinho do Poeta

Depois de algumas sextas sem postar o "Cantinho do Poeta", acho que tudo está voltando ao normal por aqui. Vinícius escreveu a poesia abaixo no ano de 1935 no Rio. Sem contar que a paixão sempre foi uma constante em sua vida, agora sim, entendo de onde o Poetinha Vagabundo tirava tanta inspiração para escrever tantas maravilhas deixadas para nós: das mulheres que amava e daquela terra linda e abençoada que é o Rio de Janeiro. E eu que o diga!
Tenham todos um lindo final de semana!!! Beijos muitos e até segunda-feira.
Ausência
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

As mais mais

Como promessa é dívida, eis aqui as mais mais (pelo menos do meu) disque e toque. Ok, isso costumava funcionar às segundas-feiras, mas é que problemas técnicos me impossibilitaram de postá-la ontem. Trago hoje uma belíssima composição de Ary Barroso que ouvi há algum tempo atrás me apaixonei pela música e que sempre procurei. Finalmente encontrei o cd e ganhei de presente... Olha que coisa boa, procurei na loja, achei e ganhei. O cd é na verdade é uma coletânea de várias composições de Ary interpretadas por brilhantes artistas. E esta ficou perfeita na voz da magnífica Leny de Andrade. Por hoje é só. Àqueles que têm ou tiveram uma Morena Boca de Ouro em suas vidas, esta é a música. Beijos muitos!!!


Morena boca de ouro que me faz sofrer
O teu jeitinho é que me mata
Roda morena, cai não cai
Ginga morena, vai não vai
Samba, morena, que desacata
Morena uma brasa viva pronta pra queimar
Queimando a gente sem clemência
Roda morena, cai não cai
Ginga morena, vai não vai
Samba morena, com malemolência
Meu coração é um pandeiro
Marcando o compasso de um samba feiticeiro
Samba que mexe com a gente
Samba que zomba da gente
O amor é um samba tão diferente
Morena samba no terreiro
Pisando sestrosa, vaidosa
Meu coração, morena, tem pena
De mais um sofredor que se queimou
Na brasa viva do teu amor

Alegria, Alegria...


Meu povo, pelamordeDeus... Há duas semanas exatas que ainda estou cansada e de ressaca de uma viagem que fiz. Ou melhor, fizemos: Suzana, Ciana e Josiane e eu.
Rio de Janeiro! “Um bom lugar pra ver um mar Copacabana” O quarteto fantástico simplesmente bombou! Daí o motivo de minha ausência por aqui.
Além de muito Old Par e Itaipava, muitas emoções.
Do Maracanã lotado (Flamengo X Corinthians) ao ensaio da Gloriosa Mangueira, vivemos dias intensos de muito prazer e descontração. Sem explicação as sensações vividas e partilhadas com estas pessoas maravilhosas.
Com a gente estavam “Fraldinha” , “Zé Pequeno” e os pombos, que tornaram nossa estadia por lá muito mais feliz. Só os conhecendo para conferir... rsrsrsrsrs
Praias lindas, Lapa, noite carioca, vacas espalhadas pelos quatro cantos da cidade misturadas com Poeta, gente bonita e feliz na Cidade Maravilhosa onde se respira o próprio Poetinha, a Bossa Nova e o samba, resumem tamanha alegria que deixaram saudades. Dias felizes que passamos e que logo logo terão direito a bis. Que seja logo!Saudações Cariocas!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O Amor só não basta

Aos casados há muito tempo, aos que não casaram, aos que vão casar, aos que acabaram de casar, aos que pensam em se separar... aos que acabaram de se separar, aos que pensam em voltar...

Por mais que o poder e o dinheiro tenham conquistado uma ótima posição no ranking das virtudes, o amor ainda lidera com folga. Tudo o que todos querem é amar. Encontrar alguém que faça bater forte o coração e justifique loucuras. Que nos faça entrar em transe, cair de quatro, babar na gravata. Que nos faça revirar os olhos, rir à toa, cantarolar dentro de um ônibus lotado. Tem algum médico aí??? Depois que acaba esta paixão retumbante, sobra o que?O amor. Mas não o amor mistificado, que muitos julgam ter o poder de fazer levitar. O que sobra é o amor que todos conhecemos, o sentimento que temos por mãe, pai, irmão, filho. É tudo o mesmo amor, só que entre amantes existe sexo. Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta. Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna. Casaram. Te amo para lá, te amo para cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada, respeito. Agressões zero. Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor, só, não basta.Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar. Amar, só, é pouco.Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar. Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar. Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar. Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimônio tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança. Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar, "solamente", não basta.Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, falta discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado. O amor é grande mas não é dois. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.Um bom amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!E felicidades a todos nós.

Desconheço o autor
Uma linda semana para todos!!! Amanhã volto com as mais mais do disque e toque! Beijos