segunda-feira, 2 de junho de 2008

Um encontro de almas




Foi como se lhe faltasse o chão. Era essa a sensação que sentia e que dilacerava seu coração.
A certeza daquele encontro tivera dias antes, quando alguma coisa falou em seu íntimo. Uma espécie de telepatia.
Na verdade, seus olhares fitaram-se pela primeira vez numa aula inaugural na faculdade. Foi como um encontro de almas. Algo inexplicável para ambas, porém, doce e singelo, deixando a impressão de eterno.
Foram apresentadas por acaso, através de um amigo em comum. Nos poucos momentos em que ficaram juntas, apesar de estarem rodeadas por pessoas, parecia só existir as duas naquele momento.
Maria era a mais empolgada. Há muito não se sentia assim. Conversaram por um tempo e acabaram descobrindo que havia muitas coisas em comum entre elas. Os mesmos gostos por músicas, lugares, leituras, poetas...
Marcaram então um próximo encontro. Dessa vez só as duas. Contavam horas e minutos para que o dia chegasse.
Finalmente o dia do encontro chegara. Dois dias após os olhares se encontrarem, parecia até uma eternidade até que se encontrassem pela segunda vez.
O local, um lugar à beira mar, onde se ouvia apenas o barulho das ondas quebrando por sobre as pedras e o canto das gaivotas que sobrevoavam as águas a procura de alimento. Ao fundo, poderia se contemplar um belíssimo pôr do sol.
Maria chegou ao local primeiro. Podia exalar o perfume da amada quando Carmen ainda se aproximava.
Assim como o encontro de olhares havia sido fatal, ao se aproximarem uma da outra, abraçaram-se demoradamente e sem mais nenhuma palavra, amaram-se incomensuravelmente ali mesmo, tendo apenas o mar e o sol como testemunhas.
Dali em diante iniciou-se uma linda e longa história de amor e cumplicidade.

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